Venezuela Caloteia R$ 10 Bilhões do Brasil Enquanto Lula Reata Ajuda a Maduro
A Venezuela, um dos principais aliados do governo Lula, está no centro de uma nova polêmica envolvendo um calote de R$ 10 bilhões ao Brasil, gerando indignação e questionamentos sobre a continuidade da ajuda brasileira ao regime de Nicolás Maduro. O deputado Nicolas Ferreira solicitou explicações ao governo sobre essa dívida, que remonta a empréstimos concedidos durante os primeiros governos Lula para financiar obras da Odebrecht na Venezuela, supostamente envolvidas em esquemas de corrupção.
Histórico da Dívida e o Calote
O modelo dos empréstimos consistia em o governo brasileiro assumir a dívida para bancar obras em outros países, com a expectativa de pagamento parcelado. No entanto, a Venezuela, assim como outros países beneficiados, deixou de honrar seus compromissos. O valor total da dívida venezuelana com o Brasil, incluindo indenizações e juros por atraso, é de aproximadamente US$ 1,74 bilhão, o equivalente a R$ 10 bilhões. Apenas este ano, a parcela a ser paga seria de R$ 100 milhões, mas o governo venezuelano já sinalizou que não fará o pagamento.
Durante o período eleitoral, a oposição já levantava a questão dos empréstimos a países como Venezuela e Cuba, que nunca teriam quitado suas dívidas. A gestão de Bolsonaro, inclusive, chegou a romper relações com Caracas e suspendeu a compra de energia venezuelana, buscando conter os prejuízos ao Brasil.
A Controversa Retomada da Compra de Energia
Apesar do calote bilionário, o governo Lula decidiu reabilitar a compra de energia elétrica da Venezuela para abastecer Roraima. A medida, que já gera controvérsia, é ainda mais questionável pelo valor acordado. O Brasil está pagando R$ 1.096 por MWh, um aumento de quase oito vezes em relação aos R$ 137 por MWh pagos antes do cancelamento do contrato por Bolsonaro em 2019.
A decisão de retomar a compra de energia da Venezuela, mesmo com a dívida não paga e a existência de alternativas para o abastecimento de Roraima, levanta suspeitas sobre os reais interesses do governo brasileiro. A empresa responsável pela compra, Bolt Energy, é ligada aos irmãos Batista, e há questionamentos sobre a possibilidade de desvio de recursos, com o dinheiro retornando de alguma forma para figuras ligadas ao governo brasileiro. Consumidores brasileiros, por sua vez, acabam arcando com o custo elevado dessa energia.
Implicações e Críticas
A postura do governo Lula em relação à Venezuela, marcada pela retomada de relações e acordos comerciais em condições desfavoráveis para o Brasil, tem gerado forte oposição. As críticas se concentram na ideia de que o governo está priorizando laços ideológicos e pessoais em detrimento dos interesses financeiros e da população brasileira, que continua pagando pelos prejuízos causados pelas dívidas e por contratos questionáveis. A situação da Venezuela, mergulhada em uma profunda crise econômica e hiperinflação, apenas agrava a percepção de que os recursos brasileiros estão sendo desperdiçados em um país à beira do colapso.