A conclusão do inquérito sobre o acidente aéreo que resultou na morte da cantora Marília Mendonça foi divulgada pela Polícia Civil. De acordo com o delegado regional de Caratinga, Ivan Lopes Sales, a investigação descartou problemas na aeronave, ataques ou mal súbito dos pilotos. Após minuciosas apurações, as autoridades atribuíram a responsabilidade pela queda do avião ao piloto e ao copiloto. O delegado afirmou em coletiva de imprensa: “É atribuição da polícia apontar a autoria e a materialidade. O resultado dessa investigação é com mais absoluto respeito a todos os familiares das vítimas. A gente sabe que foi um acidente, mas é uma missão constitucional da Polícia Civil a apuração de crimes, apontar a autoria”.
Ivan explicou que as torres de transmissão no local do acidente, situado em uma área remota de Caratinga, não possuíam sinalização. Contudo, não havia a obrigação de sinalizar, pois estavam além da área de segurança de pouso. Durante a continuação da investigação do acidente, as autoridades constataram que o manual da aeronave estabelecia um limite de velocidade para a realização da “perna de vento”, uma manobra essencial para o pouso que ocorre por meio de uma linha transversal na pista. Com a velocidade excedida, a aeronave ultrapassou a zona de proteção, aumentando o risco de colisão com obstáculos na via aérea. Ivan Lopes afirmou: “Não foram respeitados os procedimentos operacionais da aeronave. O manual de treinamento estipula a velocidade que essa aeronave deve atingir na perna do vento. Diante de todos esses cenários de negligência e falta de conformidade, a polícia civil atribuiu a responsabilidade pela queda da aeronave aos pilotos”.