Diminuir a ingestão de gorduras saturadas e incrementar a presença de legumes, frutas e verduras na dieta são medidas que oferecem proteção contra doenças cardíacas.
Anualmente, o Dia Mundial do Coração, celebrado em 29 de setembro, nos conscientiza sobre a importância de zelar por esse órgão vital. Com um peso de apenas 300 gramas, ele realiza a notável tarefa de bombear cinco litros de sangue por minuto, transportando nutrientes e eliminando resíduos gerados pela nossa atividade diária agitada.
As enfermidades que impactam o coração e os vasos sanguíneos, conhecidas como doenças cardiovasculares, representam a principal causa de óbitos globalmente. Elas ceifam a vida de 17,9 milhões de pessoas anualmente, com 400 mil desses casos ocorrendo no Brasil.
Dentro dessa categoria de enfermidades, as cardiopatias isquêmicas e os acidentes vasculares cerebrais (AVC), popularmente conhecidos como derrames, emergem como as condições mais letais.
Em um intricado processo, as placas de ateroma, compostas por gordura, tecido conjuntivo, células e cálcio, formam-se nos vasos sanguíneos, alojando-se sob a camada que os reveste e tornando-se notoriamente difíceis de eliminar. Com o tempo, essas placas têm potencial para crescer, estreitar os vasos e obstruir o fluxo sanguíneo, aumentando o risco de consequências prejudiciais, como rupturas ou formação de coágulos, com desdobramentos fatais.
É possível tomar medidas preventivas significativas para evitar a formação dessas placas de ateroma. Reduzir a ingestão de gorduras saturadas e gorduras trans é um ponto de partida crucial, diminuindo assim o risco de doença coronariana e mortalidade. As gorduras trans estão presentes em muitos alimentos processados que contêm óleos parcialmente hidrogenados, como salgadinhos de baixa qualidade e produtos pré-cozidos. As gorduras saturadas, encontradas em carnes, laticínios, chocolates, molhos e óleos como o de coco e de palma, também devem ser consumidas com moderação. Recomenda-se a redução do consumo de carnes vermelhas e processadas, bem como de laticínios integrais, incluindo queijos.
Além disso, no combate à hipertensão, uma dieta com menor teor de sal e maior teor de potássio é uma estratégia eficaz. Essa abordagem nutricional pode contribuir para a manutenção da saúde cardiovascular, promovendo hábitos alimentares mais saudáveis.
A probabilidade de mortalidade decorrente de doenças cardiovasculares está correlacionada ao aumento da pressão arterial. Altos níveis de consumo de sal e baixos níveis de potássio estão associados a um maior risco de hipertensão e problemas cardiovasculares.
Uma abordagem crucial para mitigar esse risco é a redução significativa do consumo de sal, que não se limita apenas ao sal adicionado diretamente aos alimentos, mas também está amplamente presente em produtos processados, inclusive em itens doces. Alimentos processados, como carnes salgadas, embutidos, molhos e aperitivos, são notórios por seu elevado teor de sal, mas é importante observar que alimentos comumente consumidos, como pão e queijo, também contribuem significativamente para essa ingestão.
Além disso, aumentar a ingestão de potássio emerge como uma estratégia eficaz na redução da pressão arterial e, consequentemente, na diminuição do risco de doenças cardiovasculares. Fontes naturais ricas em potássio incluem frutas, vegetais, legumes e nozes.
Explorar essa abordagem nutricional, aliada à conscientização sobre as fontes de sal na dieta diária, é fundamental para promover a saúde cardiovascular e mitigar os riscos associados à hipertensão.